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Implantes Hormonais para Tratamento da Menopausa


Dra. Aline Teixeira Bueno Muniz

Ginecologia/Obstetrícia/Uroginecologia

CRM-SP 99055


COMO É O TRATAMENTO DA MENOPAUSA COM IMPLANTES HORMONAIS ABSORVÍVEIS?


Os implantes bioabsorvíveis de estradiol e testosterona são utilizados para terapia hormonal da menopausa há várias décadas em diversos países, mas ficaram disponíveis no Brasil há relativamente pouco tempo. Nos Estados Unidos, por exemplo, existem várias marcas de implantes hormonais, sendo as principais a BioTe e a SottoPelle.


Os implantes são feitos de hormônios que tem exatamente a mesma estrutura molecular dos hormônios naturais do nosso organismo. Por serem implantes bioabsorvíveis, são colocados abaixo da pele (geralmente na região glútea) e são absorvidos completamente durante cerca de 6 meses, não precisando ser removidos depois.


ALÉM DOS IMPLANTES, PRECISAREI USAR MAIS ALGUM MEDICAMENTO?


A terapia hormonal da menopausa, por qualquer via (não apenas na forma de implantes), requer o uso de um hormônio (progesterona) para a chamada “proteção endometrial”.


O endométrio é a camada interna do útero, que é estimulada pelo estrogênio (principal hormônio sexual feminino e a base da terapia hormonal da menopausa). Durante um ciclo menstrual natural, a progesterona faz um equilíbrio com o estrogênio, e se o estrogênio for usado na menopausa de forma isolada, pode levar a uma proliferação anormal do endométrio (hiperplasia), com capacidade de avançar e (ainda que raramente) se transformar em câncer.


É por isso que a progesterona é necessária na terapia hormonal. Mulheres que por algum motivo já retiraram o útero não precisam desse hormônio.


A progesterona deve ser administrada preferencialmente na forma de cápsulas do hormônio em sua forma natural (de uso oral ou vaginal) ou através de um dispositivo intrauterino (Mirena, por exemplo).


QUANDO PODEREI INICIAR O TRATAMENTO COM IMPLANTES HORMONAIS?


Para iniciar o tratamento com implantes hormonais, é necessário:

  • Ter passado por consulta médica e conhecido todas as opções de tratamento

  • Ter todos os exames necessários em dia (menos de 1 ano)

  • Ter lido atentamente todas as orientações deste guia

  • Ter lido e assinado o termo de consentimento, depois de esclarecer todas as dúvidas

QUAIS EFEITOS POSITIVOS DEVO ESPERAR APÓS A INSERÇÃO DOS IMPLANTES?


Quando utilizada de forma adequada, por qualquer via (oral, em gel, adesivo ou implantes) a terapia hormonal leva a melhora global dos sintomas relacionados à menopausa (calorões, fadiga, falta de libido, sintomas depressivos, instabilidade emocional, insônia, ressecamento vaginal, falta de memória, flacidez da pele, etc), além de melhorar globalmente a qualidade de vida e prevenir doenças relacionadas ao envelhecimento.


No caso dos implantes hormonais, a ação começa em alguns dias e atinge o pico entre 1 a 2 meses, para a maioria das mulheres. Porém, a absorção e os níveis hormonais atingidos podem variar consideravelmente de uma pessoa para outra.


E QUAIS OS POSSÍVEIS EFEITOS NEGATIVOS?


O principal efeito indesejado são os sangramentos vaginais, que podem ocorrer como consequência da terapia hormonal. Quando acontecem, geralmente são de pequena intensidade e duração limitada, mas algumas mulheres podem ter fluxos maiores e necessitarem usar medicamentos por alguns períodos para contornar esse sintoma.


Algumas mulheres também poderão notar outros efeitos como oleosidade da pele, aumento ou engrossamento de pelos, tendência à queda de cabelo, retenção de líquido e sensibilidade nas mamas.


Aumento dos riscos de câncer ou trombose é muito pequeno de modo geral, e está explicado mais detalhadamente no termo de consentimento.


Um outro possível efeito negativo é a duração menor do implante: para a maioria das mulheres os implantes absorvíveis duram os 6 meses “padrão”, mas algumas poderão já sentir o efeito terminando num prazo menor.


O ESPECTRO DE ADAPTAÇÃO


Todos sabemos que as pessoas podem reagir de forma muito diferente ao uso de um determinado medicamento ou substância. No caso dos implantes hormonais, é a mesma coisa: a maioria das mulheres terá uma adaptação boa ou ótima, mas uma parcela poderá não se adaptar tão bem. Infelizmente não é possível saber antecipadamente como seu organismo irá reagir: podemos apenas prever estatisticamente!


COMO É CALCULADA A DOSE DOS IMPLANTES?


O princípio é o mesmo da reposição hormonal por outras vias (comprimidos, gel, adesivo): começamos com uma dose “média” que depois é ajustada individualmente, conforme a adaptação.


Existem implantes de diferentes dosagens (exemplo: 25mg, 50mg, 75mg, 100mg, 125mg) e para a escolha da dose inicial são levados em consideração: idade, peso/IMC, intensidade dos sintomas e níveis de alguns hormônios.


Para a maioria das mulheres, a dose prescrita inicialmente já será assertiva. Mas, como no caso dos implantes absorvíveis não é possível reduzir a dose (uma vez colocados não há como removê-los), normalmente a primeira prescrição tende a ser mais conservadora.


Depois de 30 a 40 dias (tempo médio para obtenção do efeito máximo desejado), caso você não tenha tido melhora suficiente dos sintomas e nem efeitos indesejados, pode ser indicada a aplicação de uma dose adicional (chamada de “booster”). Nesse caso, este procedimento não tem custo (é considerado um ajuste da dose inicial) e pode ser realizado em até 2 meses, sendo que na próxima inserção (em 6 meses da primeira) a dose já será otimizada.


Vale lembrar que os níveis de hormônios dosados no sangue (estradiol, testosterona, progesterona etc.) norteiam a primeira prescrição, mas depois têm pouco valor para o ajuste individual da dose. Mantemos os exames periodicamente, mas o que conta mesmo para manter ou ajustar a dose na próxima inserção de implantes não depende das dosagens hormonais (que oscilam naturalmente e têm limitações laboratoriais), e sim dos parâmetros clínicos de melhora dos sintomas versus efeitos colaterais. Recomenda-se o uso da menor dose suficiente para amenizar os sintomas.


QUANTO TEMPO DURAM OS IMPLANTES ABSORVÍVEIS?


Em média, 6 meses, que é a frequência de troca da grande maioria das usuárias de implantes. Porém, lembre-se que pode existir uma considerável variação individual. Portanto, para algumas o efeito poderá durar um pouco mais de 6 meses, enquanto outras podem observar o implante já “acabando” (com menor efeito) ao final do 4º ou 5º mês. Nesses casos, pode ser necessária a reaplicação dos implantes num intervalo menor.


COMO É O PROCEDIMENTO DE INSERÇÃO?


Os implantes são inseridos na gordura da nádega, por uma pequena incisão (de 4-5 mm), geralmente feita dentro da região do biquíni. Caso a mulher já tenha uma cicatriz nessa região (p. ex. de lipoaspiração), pode ser utilizada a mesma. E as próximas inserções costumam ser realizadas sempre através da mesma cicatriz.


Primeiro é feita uma anestesia local com agulha fina (semelhante a uma aplicação de Botox ou preenchedor), depois uma pequena abertura da pele e então a inserção dos implantes (que é indolor). A pele normalmente é fechada apenas com um ponto “falso”, mas por vezes pode ser necessário dar um ponto tradicional (nesse caso é utilizado um fio absorvível, que não incomoda e cairá sozinho após alguns dias).


Ao final é colocado um curativo “oclusivo”, impermeável, que deve ser mantido por 4 dias e não requer nenhum cuidado especial. Depois de retirado, lavar normalmente o local.


DEVEREI TER ALGUM TIPO DE CUIDADO OU RESTRIÇÃO APÓS A INSERÇÃO DOS IMPLANTES?


Não recomendamos nenhum tipo de restrição, apenas a manutenção do curativo pelo período recomendado (> 4 dias).


É POSSÍVEL RETIRAR OS IMPLANTES?


Não. Os implantes absorvíveis têm a grande vantagem de não precisarem ser removidos (a retirada dos implantes tradicionais, de silicone, costuma ser bem incômoda e mal tolerada). Por outro lado, não é possível a sua remoção – caso decida por não dar continuidade ao tratamento, ou venha a apresentar alguma condição de saúde que impeça de continuá-lo, será necessário aguardar o término do efeito (aproximadamente 6 meses).


COMO DEVE SER O ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRATAMENTO COM IMPLANTES?


É necessário manter a rotina de exames anualmente, ou com frequência maior em caso de alguma necessidade específica.


Como mencionado acima, o ajuste de dose a cada nova inserção de implantes é baseado essencialmente em fatores clínicos (adaptação, melhora dos sintomas, efeitos colaterais etc.) e não em exames laboratoriais.


Como a duração média dos implantes é de 6 meses, é necessário voltar sempre nesse intervalo. Uma vez ao ano é feita a consulta ginecológica, com atualização de todos os exames (laboratoriais, de imagem etc.), com o custo tanto da consulta médica como dos implantes. E no meio do ano, é considerado um retorno, tendo o custo apenas do procedimento de inserção.












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