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Terapia de Reposição Hormonal


Dra. Aline Teixeira Bueno Muniz

Ginecologia/Obstetrícia/Uroginecologia

CRM-SP 99055


Chamamos de ‘janela de oportunidade’ os primeiros dez anos a contar da última menstruação da mulher. Ou seja, quanto mais perto da menopausa ela começar a utilizar a terapêutica hormonal, maiores os benefícios e menores os riscos associados.


A terapia de reposição hormonal da menopausa com uso de estrogênios(principal hormônio sexual feminino e a base da terapia hormonal da menopausa), por qualquer via(seja ela transdérmica sob a forma de adesivos ou gel, oral na forma de comprimidos ou na forma de implantes hormonais), requer o uso de um hormônio progestágeno para a proteção endometrial.


O endométrio é a camada interna do útero, que é estimulada pelo estrogênio. Durante um ciclo menstrual natural, a progesterona faz um equilíbrio com o estrogênio, e se o estrogênio for usado na menopausa de forma isolada, pode levar a uma proliferação anormal do endométrio (hiperplasia), com capacidade de avançar e (ainda que raramente) se transformar em câncer.


É por isso que a progesterona é necessária na terapia hormonal. Mulheres que por algum motivo já retiraram o útero não precisam desse hormônio.


INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES


O tratamento iniciado dentro dessa “janela” pode até mesmo ter um papel importante na proteção cardiovascular. Mas, se essa oportunidade for perdida, e a reposição for iniciada depois de 15 ou 20 anos decorridos da menopausa, a terapia deixa de ser protetora cardíaca e passa a ser de risco. Há situações em que a terapêutica hormonal é benéfica, reduz riscos e melhora a qualidade e a quantidade de vida da mulher. Há circunstâncias, porém, em que ela pode não proteger e trazer riscos. Existem três indicações principais para a possível prescrição da terapêutica de reposição hormonal:


- A presença dos sintomas decorrentes da menopausa, da falta de hormônios –as ondas de calor ;irritabilidade e instabilidade emocional; inibição do desejo sexual etc.


- A prevenção da osteoporose;


- As manifestações atróficas urogenitais – secura vaginal, dor na relação sexual, infecções vaginais de repetição.


Existe ainda uma quarta indicação, que é quando a mulher tem menopausa precoce, antes dos 40 anos de idade.

Quando só esse último fator estiver presente, optamos por utilizar hormônios locais, mas, se ele se apresentar junto com os demais sintomas, preferimos a terapia hormonal sistêmica, que age no corpo todo. Existe ainda uma quarta indicação, que é quando a mulher tem menopausa precoce, antes dos 40 anos de idade. Nesse caso, a terapia deve ser feita no mínimo até a idade normal de menopausa, entre os 47 e os 50 anos. Isso, é claro, desde que não apresente nenhuma contraindicação e que haja aceitação por parte da paciente. A reposição hormonal é contraindicada, por exemplo, quando a mulher já teve câncer de mama, de endométrio (camada interna do útero), infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral (AVC). É importante observar que, tendo a mulher desenvolvido outro tipo de câncer, ela não necessariamente terá uma contraindicação ao uso da terapia. Por exemplo: Se a paciente teve um câncer de tireoide ou uma leucemia e foi tratada, ou se ela tem hipertensão ou diabetes tratados, não há restrição para a terapêutica.


GANHO DE PESO E FITOTERÁPICOS


A reposição hormonal não engorda nem causa obesidade: É normal que todos aumentem de peso com a idade, e a mulher, quando entra na menopausa, pode acelerar esse ganho e vivenciar a mudança de distribuição da gordura. Esta passa de periférica – característica da idade fértil, localizada embaixo da pele e que ajuda a dar forma ao corpo feminino, não apresentando risco cardíaco – para central, também chamada de visceral, situada na região do abdome – essa, sim, com perigo para doenças cardiovasculares. Existe ainda, uma mudança nas papilas gustativas nessa fase da vida da mulher que causam o aumento da vontade de comer doces, o que contribui também para o aumento de peso. Sobre o uso de fitoterápicos para amenizar os efeitos do climatério e da menopausa, há controvérsias nos estudos existentes – em geral, não muito robustos – para afirmar sua eficácia. É possível que ajudem, mas nenhum deles foi tão analisado e pesquisado como a reposição hormonal convencional. Sabe-se que, hoje em dia, o chá de folhas de amora é um dos métodos alternativos mais populares para controlar as ondas de calor do climatério. Pode ser que ele tenha algum efeito, mas não foi bem estudado pela medicina e ainda não há certeza de sua eficácia e segurança. Se há contraindicação para usar os hormônios tradicionais, há também contraindicação para os fito-hormônios. Os fitoterápicos devem ser usados quando os benefícios potenciais superarem os riscos, como qualquer outro medicamento.


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